quinta-feira, 15 de novembro de 2012




Como ficou a Apple sem Steve Jobs







As semelhanças entre os dois executivos vão muito além do sucesso à frente da Apple. Assim como Jobs, Cook teve um encontro com a morte, em 1996, quando foi diagnosticado de forma equivocada com esclerose múltipla, uma experiência que o teria abalado profundamente. Após o erro, Cook se tornou obcecado com sua saúde. Passou a comer bem, malhar na academia e começou a praticar ciclismo de longa distância na estrada. Assim como Jobs, é um workaholic. Trabalha longas jornadas e frequentemente faz reuniões logo cedo ou conferências telefônicas tarde da noite, especialmente quando trabalha com fornecedores da Apple no exterior.
Pé atrás Apesar do bom desempenho à frente da Apple, muita gente ainda olha para o trabalho de Cook com alguma desconfiança. O motivo? Os problemas que a Apple enfrenta em algumas áreas consideradas vitais. Um dos grandes problemas é rápido o domínio do Google do mercado de smartphones. A Apple impulsionou a revolução dos smartphones e manteve a liderança pelo pioneirismo. Mas, no ano passado, viu o Android, sistema operacional do Google, ultrapassar o iOS como plataforma mais usada em smartphones. Quando Jobs morreu, em outubro de 2011, o Android e iOS disputavam o mercado cabeça a cabeça, com respectivamente 47% e 43% de acordo com a empresa de pesquisa de mercado NPD. Menos de um ano depois, o Android já respondia por impressionantes 68% do mercado de smartphones. A Apple caiu para tímidos 17%, segundo a IDC.
Outro problema preocupante tem sido a debandada de talentos. Em março de 2011, Bertrand Serlet, ex-vice-presidente sênior de engenharia de software, anunciou sua demissão. Ele não explicou os motivos da sua saída, mas, de acordo com o site Business Insider, ele fundou uma startup de cloud computing. Serlet foi responsável por várias versões do sistema operacional Mac OS X e sua partida foi vista como um duro golpe para a empresa. Ele foi seguido por Bob Mansfield, vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple, que se aposentou em junho de 2012, depois de 13 anos na companhia. Mansfield era muito querido e respeitado e sua partida foi vista como um sinal de problemas.
Apesar de algumas partidas, o núcleo da diretoria executiva da Apple continua intacto. A equipe montada por Jobs, que inclui nomes como o designer chefe Jonathan Ive, o chefe mundial de marketing Phil Schiller e o responsável pelo iOS Scott Forstall. Mas não para por aí. Jobs passou grande parte dos últimos cinco anos da sua vida montando um programa para transmitir o DNA do que faz a Apple e seus produtos incríveis para toda uma nova geração de executivos. “Ainda existe aquela pressão maluca, com ou sem o Jobs”, disse outro funcionário que prefere não revelar o nome. “Mas tem um monte de coisa legal por vir.” Um ano depois da morte de Jobs, a pergunta que as pessoas se fazem agora é: qual é o limite para a Apple?
A faceta mais humana de Cook é visível também no dia a dia da empresa. Os funcionários da Apple gostam do novo presidente porque ele tem sido mais comunicativo que Jobs. Cook envia memorandos e responde às críticas publicamente, como no episódio das fábricas de fornecedores na China. Ele faz questão de responder aos e-mails de funcionários e clientes.
Na hora do almoço, costuma se sentar com empregados aleatórios no refeitório da empresa. É o oposto de Jobs, que era tido como assustador e distante. Graças a suas raízes no Alabama, Cook é impecavelmente polido. Ele nunca levanta a voz. Sua autoridade é silenciosa.
Ele tem um enorme respeito e lealdade de seus colegas e dos concorrentes também. Seus funcionários dizem que ele dá instruções claras e simples e recompensa as pessoas com elogios ou presentes quando elas fazem um bom trabalho. “Todo mundo o ama”, disse um funcionário que pediu para não ser identificado. “Não tem nada negativo a falar sobre ele.”

Carreira meteórica - O bom desempenho de Cook não é surpresa para quem acompanhou de perto sua trajetória na Apple. O atual presidente assumiu o cargo efetivamente em 24 de agosto de 2011, depois que Jobs anunciou sua renúncia num email para os funcionários da empresa. Era o ponto mais alto de uma carreira que teve início em março de 1998, quando Cook saiu da Compaq para assumir como vice-presidente sênior de operações.
Sua missão? Dar um jeito nas dispersas operações de fabricação dos Macs, que estavam em ruínas da época. Graças ao bom trabalho, Cook teve uma ascensão meteórica na Apple. Apenas dois anos após a sua chegada ele foi apontado por Jobs para o comando da força de vendas e da operação de atendimento ao cliente. Em 2002, virou chefe mundial de vendas. Mais dois anos e ele foi escolhido para liderar a divisão Macintosh da empresa e, em 2005, foi nomeado chief operating officer, supervisionando as vendas e operações mundiais, além da divisão Macintosh. Em menos de 10 anos Cook tornou-se o executivo mais bem pago da Apple.
Com tantas responsabilidades, na prática ele já vinha tocando a Apple há vários anos, permitindo que Jobs se concentrasse no desenvolvimento de novos produtos e questões estratégicas, como fazer acordos com as gravadoras e estúdios de cinema. “Tim já vem comandando a Apple há um bom tempo", disse Michael Janes, ex-colega de Cook, ao site Wired.com. "Steve é a cara da empresa e era muito envolvido com o desenvolvimento de produtos, mas Tim é a pessoa que pega esses projetos e os transforma em uma grande pilha de dinheiro.”
Quando Steve Jobs perdeu a longa batalha contra o câncer, em outubro de 2011, a pergunta mais frequente entre analistas do mercado, executivos da concorrência, funcionários da empresa e, principalmente, a legião de fãs da marca era: qual será o destino da Apple sem seu cofundador e grande líder. Quase um ano depois, a resposta não poderia ser melhor. Produtos como iPhone, iPad e Macbook continuam vendendo como água, o valor de mercado da empresa não para de crescer e o clima nos corredores da sede em Cupertino, nos Estados Unidos, está muito mais leve.
É bem verdade que Cook não é nenhum Jobs. Mas basta uma rápida passada pelos números para ver que a Apple encontra-se hoje numa situação muito melhor do que há um ano. O preço das ações tem subido vertiginosamente sob o comando de Cook. Oscilando em torno de 621 dólares por ação, o valor de mercado da empresa aumentou em mais de 230 bilhões de dólares.
Com uma capitalização de mercado de cerca de 580 bilhões de dólares em meados de agosto, a Apple é, de longe, a empresa mais valiosa do mundo. É duas vezes maior que a sua antiga rival Microsoft e 100 bilhões de dólares maior do que a multinacional do petróleo Exxon Mobil. O reconhecimento do mercado está ancorado no bom desempenho da Apple. No ano em que Cook assumiu o comando, a empresa lançou novos produtos, como o iPhone 4S, o novo iPad e os MacBooks com as telas de alta resolução. A recepção não poderia ser melhor Em 12 meses foram vendidos mais de 134 milhões de iPhones e 45 milhões de iPads. O resultado? Lucros recordes e uma montanha de 117 bilhões de dólares no caixa da empresa.



Postado por: kelly de Castro
Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/mercado/como-ficou-a-apple-sem-steve-jobs-05102012-0.shl?3





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